O Programa Falou e Disse recebe Miguel Bruno.

Na 5ª feira passada dia 25 de setembro fui a um debate na Praça XV sobre o Bacen o nosso Banco Central. Essa reunião, acontece sempre na última 5ª feira do mês e é organizada pela ABED (Associação Brasileira de Economistas pela Democracia). A ideia de aglutinar pessoas em torno de uma mesa de Bar e talvez por mero acaso chamado ALPHA, onde rola um copo de vinho ou uma cerveja, assume uma forma descontraída de pensar o Brasil sem angústia ou sofrimento. Além do que, um papo cabeça substituindo a postura e linguagem acadêmica, assume um formato não só inovador como energético e profícuo. Ali gestamos novas ideias, formulamos utopias e examinamos os meandros ocultos da nossa política de governo, penetrando nos diversos campos da economia política e social. Os resultados, mesmo que não sejam no curto prazo, nos anima a aglutinar forças, somar conteúdos, estudar soluções e desenvolver potências. A ABED conta com liderança de economistas visionários como o Adhemar Mineiro, Orlando, Clician, etc. Então, nesse espaço onde se cria e se alicerça cada vez mais, um ambiente de amizade, fraternidade, criatividade em substituição à práticas nefastas do oportunismo, entreguismos, autoritarismo, algo anda mudando em nossas vidas. Fico imaginando o espaço da Ágora Grega numa espécie do “Agora Carioca”, rodeado de prédios históricos, tendo o mar ao longo da Pça XV como referência à chegada dos desbravadores de outrora. E pensando no ontem, não podemos continuar a reproduzir erros passados, mas, construir um futuro promissor cujo ideal de justiça irá permitir o acesso de todos os brasileiros que forjaram pelo cruzamento, praticamente uma nova raça, a uma vida plena no viver e no pensar. Assim me senti mais uma vez, em sintonia com as especiais 5ªs feiras, onde sem nenhuma barreira pude conhecer, ouvir e dialogar com o professor MIGUEL BRUNO, economista com passagem pela Sorbonne, professor adjunto da Faculdade de Ciências Econômicas da UERJ. No debate ficou claro que o “Brasil não cabe no Quintal de Ninguém”, que não somos um país de vira latas, muito antes pelo contrário. Entretanto, até por conta das grandes dádivas que recebemos da natureza, não desenvolvemos uma percepção de autodefesa, proteção e do desejo de criar um país exemplo para o mundo em retribuição ao seu incrível potencial quer falemos da natureza ou de seu povo criativo, somatório de várias raças do planeta. Então o que veio à baila dessa vez? O tema central era a “centralidade” ameaçada do nosso Banco Central. Mas, que complicação é essa? O que vai mudar se já é um Banco que exerce um papel ou um poder central. Por coincidência esse tema já foi tão fruto das minhas preocupações que sobre ele escrevi uma crônica chamada FED ou BACÉN? Marque a alternativa menos ruim por sua conta em risco. Na verdade, como uma premonição eu havia estabelecido um paralelo entre uma Instituição americana e outra brasileira que atuam na mesma área. E qual era a diferença? Sugiro que leiam a crônica no link ao final do texto, onde eu pude esmiuçar alguns detalhes para que ficasse claro ao leitor como as diferenças básicas e a forma até secreta na criação do FED ou Federal Reserve Bank, cheia de mistério e sigilo afastada dos olhares do povo americano e até da sua imprensa. Na verdade, toda a encenação representava a necessidade da criação oculta de uma força financeira centralizada e voltada não para o interesse do país e sim para a segurança e interesses privados de forma absolutamente incondicional da Banca. E vai daí que o Congresso Americano criou o que seria o 4º poder americano exercido praticamente por duas décadas pelo famoso Alan Greenspan considerado um mestre, um oráculo, um messias das finanças. O modelo da era “GREENSPAN” entrou em queda e manifestou suas terríveis fragilidades quando a Nação começou a se endividar em trilhões e trilhões de dólares. A lógica de Greenspan de que o mercado deveria ter liberdade de ação, sem interferência do Estado para que a humanidade vivesse eternamente no apogeu, foi parar no espaço. Com mais detalhes eu explicito no artigo, como a bomba detonou nos mercados liberados, durante a crise de 2008 conhecida como a Crise do Sub prime. Caso o Congresso Americano não injetasse U$ 500 bilhões de dólares para a compra de ativos tóxicos a desgraça teria sido muito mais grave. Agora vamos nos transferir para o Brasil e ver como tem sido a política do nosso Banco Central criado há mais de ½ século, mas, ao contrário do FED sem independência governamental, apesar de inúmeras outras prerrogativas. Muito por alto, mas, com detalhes relevantes, levantamos a premissa que o nosso Banco não prima pela eficiência e aparenta se preocupar sobretudo pelo controle da inflação utilizando o aumento significativo da taxa Selic, como se essa fosse a solução mágica do problema. E a maioria da população ignora o quanto a subida da taxa, mesmo que seja de 1%, significa em termos de aumento da Dívida Pública. Também nas operações conhecida como Swap cambial a diferença na cotação do dólar é coberta pelo BC provocando em vários momentos, tremendo rombo de milhões nos cofres públicos. E a Mídia não faz alarde, não explica nada e mantém a população na ignorância. Então além da má gestão, à luz do dia, comprometendo as finanças, agora querem total carta branca para impor políticas monetárias ao seu bel prazer e o Governo, tanto da parte do executivo ou legislativo, está disposto à concretizar. Enfim tornar o Bacén o 4º poder da nossa República através da votação da PEC 65/2023. Daí porque vamos estender nossa discussão nessa entrevista com o professor. Miguel e clamar a população a não permitir mais esse crime de lesa pátria. Para concluir vamos citar os alunos que estarão liderando o debate: LUÍSA CANAZARRO –  graduada em Ciências Econômicas pela UERJ, faz parte do Observatório dos Bancos Centrais (OBC) e do Observatório de Orçamentos e Finanças Públicas dos Entes Subnacionais (OFIP) Diretora de Relações Estudantis do CAECO; THIAGO JOSÉ DA SILVA –  graduando em Ciências Econômicas na UERJ; Coordenador e colunista no Centro de Estudos Nacionais Autônomos (CENA), OSC dedicada a democratização do acesso ao conhecimento em economia, política e relações internacionais; Secretário Geral do Centro Acadêmico de Economia (CAECO); LEONARDO SODRÉ CORRÊA – Graduando em Ciências Econômicas na UERJ.

Clique na imagem abaixo, para acessar o capítulo 2 do Livro Crônicas de uma Espoliação Crônica: FED OU BACEN?

 

Para ler o livro completo, clique no link a seguir: https://helenareis.velosoweb.com.br/flipbook/flipbookcronicas/index.html

 

Niterói, 27 de setembro de 2025.

Helena Reis