Autopoética do corpo Vencendo o AVC

A vida depende sempre de decisão e de empenho. E mesmo os milagres
nascem da fé, que é interna. Do fundo de nós. Eu quero. Eu quero. Eu quero. Daí
vem a força.
O que eu quero? Não é jogar tênis , porque nunca joguei. Não é correr as
maratonas, porque nunca corri. Eu quero é reinventar a vida. Eu quero curtir momentos que antes eu nem percebia que existissem. Eu quero me encontrar e para isso não é preciso espelhos. Eu estou onde os outros não vêem.
Numa situação de fragilidade, física ou emocional, a solidariedade dos
amigos, num movimento quase automático, se expressa dando apoio. Entretanto
o apoio não deve se transformar num arrimo permanente. A fragilidade física
não é sinônimo de incapacidade. A pessoa com deficiência deve encontrar o seu
caminho de força. Deve despertar, dentro de si, a chama que alimentara uma reação para a busca da sua autonomia. O que é a autonomia? È um conceito que se adapta a cada um. Pode ser a capacidade de escrever, a capacidade de pintar, a
possibilidade de chegar sozinho ao banheiro (uma aventura tão emocionante
quanto escalar uma montanha ). E assim vamos nos adaptando à vida.
Vivemos um processo de mudança desde que nascemos. Quantas fases?
Quantas vidas tivemos ao longo de uma existência? Muitas dessas fases foram
frutos de escolhas. Outras foram impostas pelo destino. Em todas tivemos
que viver mudanças, adaptações.
Nunca se acovardar frente a vida. De dentro de nós, buscar as forças que
nos permita superar as limitações que uma longa existência possa trazer.
Não é uma receita. È um depoimento. Neste caminho me encontro com
D. Cacilda, que tão bem chega aos cem anos. 100 ANOS DE VIDA. Amor e ternura
numa lição de sobrevivência e transformação. Em 100 anos o mundo mudou. Mudaram as pessoas, os sentimentos mudaram. È preciso muita capacidade de adaptação para se ajustar a essas mudanças. Ela superou doenças, perdas, reveses e procurou ressaltar os ganhos que a longa existência lhe deu.
Dezembro de 2013
José Maria Arruda – Sociólogo

 

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