Pequeno verso de Helena Reis às suas Versiani

Pequeno verso de Helena Reis às suas Versiani no Dia Internacional da Mulher e com o desejo de pronto restabelecimento à nossa CLÁUDIA VERSIANI.

 

AS VERSIANI – Eu as conheci

Ambas versáteis,  claras almas de artistas

gestadas em Montes Claros, lá nas Gerais

mas, em termos gerais  o grande brilho

acontecia nas nossas  noites cariocas.

Diziam a que vinham

no canto afinado, em tom de soprano

ou no dedilhado  de um violão.

Cláudia me parecia a mais ousada

Nos palcos da vida sua visão assumia,

no repertório, auto declaração de ideias

Irônica, pontual, desclassificando a classe média

questionava o poder e seus abusos,

qualquer falsa ou arbitrária  verdade.

Sua força era o verbo, com ele reprimia,

falas autoritárias mal ditas com voz retumbante ou

a meia voz fossem em fá , ré ou si bemol

Mas Vera nunca saía do tom,

sua verve inata repudiava o  confronto direto

As notas da escola se transformaram em dó,

acordes saíram das cordas e versos do papel.

Em caminho inverso o papel de atriz foi revelado

Qual faina me resta, não consigo distingui-las claramente

Cada qual no seu canto, me encantam.

No DNA da voz entretanto,

revela a mesma paixão pelo palco

de frente, de lado, tudo junto e misturado

o eco se multiplica em duas vozes sonoras,

no Maria Maria, à sombra  das palmeiras da Paissandu,

na vizinhança dos bairros,

nas baladas das noites onde se bota fogo,

no corpo que ginga e o

ritmo que entra e sai da memória.

E a voz que não quer calar, no amálgama

de duas Divas Messiânicas em estado versiânico.

 

Helena Reis

Em 06 de março de 2022.