O Programa Falou e Disse recebe Heitor Silva

Nesta sexta-feira, dia 30 de setembro de 2022 às 18h o programa “Falou e Disse” da Taba TV com Helena Reis recebe Heitor Silva, um economista acima de qualquer suspeita num bate papo afiado e afinado sobre as ELEIÇÕES DE 2022.

 

 

Hoje dia 30 de setembro antevéspera das ELEIÇÕES venho a público para dar minha contribuição. Esse domingo será um divisor de águas pois está em jogo não só a nossa Democracia mas, o rumo que o nosso país vai adotar daqui para frente. A polarização das Eleições em 2 blocos antagônicos redundou em alianças que foram forjadas sem grande clareza quanto a governabilidade futura do país, no momento em que as divergências voltarão à cena depois do pleito. Por isso temos de exigir um plano de Governo pós eleição com participação democrática, e que garanta as mudanças de rumo do país Brasil que na última década andou em marcha ré. Se houve uma coligação entre vários partidos com tendências diferentes, mesmo com a vitória de um candidato dito de esquerda como o Lula, não teremos certeza se seu governo irá na direção correta em termos de Soberania e Cidadania. Como não podemos mais retroceder também não podemos dar uma carta em branco para os nossos políticos e vir cobrá-los de alguma coisa somente daqui a 4 anos. Democracia significa o poder do povo e daí vamos exercê-lo por direito e dever, sem lavar as mãos e continuar delegando tudo aos governantes. O que quero enfatizar com esses dois termos? Por Soberania entendo um país que saiba com clareza quais são os caminhos que deve trilhar e não adote uma política que esteja à reboque do interesse internacional de Nações hegemônicas ; e por Cidadania quero reafirmar a necessidade de termos um Governo  cuja meta vá além do chamado Estado de Bem Estar Social ou seja que paute a sua política rumo a um desenvolvimento auto sustentável beneficiando sua população e ao mesmo tempo protegendo seu meio ambiente, suas reservas, a manutenção de postos de trabalho e da qualificação indispensável da mão de obra, que harmonize as relações culturais , que invista na pesquisa e evite a exploração predatória etc. Que não se curve aos grupos financeiros nem nacionais, muito menos estrangeiros. E por fim, que crie mecanismos de participação e manifestação do desejo popular através de plebiscito e outros. É inadmissível que tenhamos um país tão rico em recursos naturais e celeiro do mundo estar inscrito no mapa da fome e que nesse Governo atual sai da cifra de 19 milhões de famintos para 33 milhões ou seja, quase o dobro. Na outra ponta vê-se a grande contradição na concentração dos Bancos e a cobrança dos juros do Cartão de Crédito estar a quase 400% ao ano. Então, no início de 2022entrevistamos Dão Real, Vice-diretor do Instituto de Justiça Fiscal e Diretor do Sindifisco. Ele enfatiza a necessidade de se criar um Imposto sobre Grandes Fortunas. Como e por quê os Super Ricos brasileiros não pagam imposto? Foi previsto na Constituição de 88. Por que durante os cinco primeiros meses da Pandemia os Super Ricos aumentaram sua riqueza em R$ 175 BILHÕES enquanto milhões de brasileiros perderam renda, emprego e até a vida. O Brasil é o país com a pior distribuição de renda do mundo, só perde para a Estônia e, durante a pandemia essa concentração aumentou ainda mais. A lógica brasileira é que quanto mais rico, menos se deve pagar de Imposto de Renda e o inverso quanto mais pobre mais se deve pagar de Imposto de Renda. Quando vamos começar a corrigir as distorções? O novo Governo mesmo o de Lula se ganhar as Eleições fala em taxar os Super Ricos? Em ampliar a alíquota sobre o Lucro Líquido, por exemplo? Por que o Imposto de Renda é cobrado em cima dos salários e não sobre renda e lucro. Que inversão de valores é essa?

Entrevistamos a Marina dos Santos do MST – Por que há fome no país que mais exporta produtos agrícolas e carne? E por que quando se fala em reforma agrária muita gente boa fica indignada. Por que? Quem não sabe que o nosso abastecimento principalmente de frutas, legumes e verduras vem de terras de assentamento ou dos camponeses que ganharam terra. Nossa alimentação, num país que é grande produtor e celeiro do mundo deveria ser mais accessível para a sua população e não ter contabilizado 33 milhões de pessoas passando fome.

Você sabia que o Brasil é um dos maiores exportadores de produtos chamados de primário ou seja grãos, frutas, cereais, minérios, etc e não cobra Imposto sobre eles? Essa foi uma ação do Governo Federal FHC que concomitantemente ao Ato prometeu ressarcir as perdas dos Estados e jamais cumpriu a palavra. Os Governos sucessivos fecharam os olhos e mantiveram a mesma política.

Você sabia que a PETROBRÁS que todo mundo pensa ser uma Empresa Estatal hoje é uma Empresa de Capital aberto pois tem acionistas no mundo inteiro? E daí você pergunta? Respondo, daí isso aconteceu no mesmo Governo Fernando Henrique Cardoso e agora vivemos a época da farra dos acionistas. Eles têm lucratividade maior que a própria Empresa. Assim, a Petrobrás distribui seus dividendos além da conta e a Empresa fica sem capital e não investe em outras fontes de energia renováveis ou deixa de construir refinarias para o refino do petróleo que explora. Então vendemos o petróleo sem imposto e compramos o refinado com imposto muito mais caro. Vendemos ferro bruto sem imposto e compramos trilhos, etc muito mais caro porque tem valor agregado e imposto. E já que falamos no Governo FHC foi quando vendemos uma das nossas mais importantes Empresas a Vale do Rio Doce e a preço de banana. O que esta Empresa aprontou no país exigiria muito tempo de fala. Mas, esse tema de preservar o que é nosso e que nos dá segurança e autonomia tem de ser revisto no próximo Governo e ninguém fala nisso. Falar em petróleo, em água, em segurança alimentar, em minérios, etc faz parte da estratégia de segurança de um país e, por isso tem de estar na pauta e nos planos do próximo Governo.

Outra questão que está em jogo é a Segurança das pessoas. A polarização se agravou com o sinal verde para a violência. Penso que a análise do sociólogo Sérgio Buarque de Holanda em Raízes do Brasil em que frisa um hipotético Brasil cordial anda minguando e mostrando suas garras. E para que uma hipotética segurança esteja à caminho é necessário armar a população? Ora, o armamento extemporâneo canalizado para uma pseudo segurança acaba criando um embrião de violência emocional que leva ao exercício irracional da autodefesa ao menor sinal simbólico do perigo. Por outro lado, o medo natural do homem pode se transformar em potência ou ação reflexa em momentos de tensão ou até de excitação. Estamos abordando a questão por um veio individual, mas, o grande perigo que ronda esse armamento é facilitar a organização e a prática de ações violentas e da apropriação de novos territórios a serem controlados pelas milícias nas cidades e pelas atividades mineradoras em terras indígenas, etc. Essa é a tônica do atual Governo. Vamos modificá-la.

E falando agora sobre o nosso Estado do Rio estamos muito ansiosos nessas Eleições. Somos um dos Estados mais corruptos da Federação e talvez por isso, também um dos mais explorados pela União. Há cinco anos nossa Dívida foi suspensa e repactuada, mas, está cada vez maior, ou seja, a qualquer momento podemos ir para o buraco. Os últimos Governos foram presos e o atual que ficou no lugar vendeu a CEDAE à toque de caixa e, com o dinheiro arrecadado pouco tempo antes das Eleições tem feito a farra do boi, mas, se nega a confessar seus crimes de corrupção. Assisti na 3ª feira o debate entre os candidatos e apesar de gaguejar quando está mentindo sobre fatos já do domínio público e das Instituições faz um ar de pobre coitado e perseguido injustamente. Nosso Estado precisa urgente sair do atoleiro e investir no seu parque industrial que existiu no passado. Um Estado que soma recursos ambientais, tecnologia, cultura, esporte e sobretudo história referente a todo o país. Precisa agora, abandonar os falsos profetas e escolher o mais capaz. O Eleitor mais perspicaz não terá dúvidas quanto aquele que mais nos convém. Minhas dúvidas viraram certezas depois de vê-los e principalmente de ouvi-los. Um problema que ronda o Estado como um todo é a falência do Rio Previdência. Os mencionados Governos corruptos abriram uma Empresa em Delaware nos EE UU para vender papéis no mercado de capitais em cima dos royalties do petróleo do Rio Previdência. Houve uma CPI na ALERJ que investigou toda a trapaça. O relatório, entretanto, não foi ainda votado por sabotagens de parlamentares suspeitos. Vamos separar o joio do trigo e escolher os melhores para a ALERJ como o presidente e relator da CPI mencionada. É importante dar continuidade entre uma legislatura e outra.

Niterói, 29 de setembro de 2022

Helena Reis

 

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